CAIO LÓSSIO BOTELHO (Engenheiro Geógrafo)

Blog destinado a publicações feitas pelo Professor Caio Lossio Botelho e artigos de sua referência.

Saturday, May 06, 2006

Oceano é o verdadeiro pulmão da Terra

ARTIGO (19/4/2006) - Diário do Nordeste
O renomado professor Caio Lóssio Botelho, em seu livro “Seca: Visão Dinâmica, Integrada e Correlações”, é categórico ao afirmar que os oceanos intertropicais são os verdadeiros “pulmões” climáticos da Terra, contrariando a idéia de que a principal fonte de oxigênio é a vegetação terrestre.A nossa grande Floresta Amazônica, assim como as demais florestas nativas do mundo, são responsáveis por 10% da fonte de oxigênio do planeta, enquanto os oceanos somam 90% desse total.Apesar do elevado passivo ambiental brasileiro e da falta de compromisso político com o meio ambiente, pertencemos ao conjunto de nações que menos destrói a camada de ozônio e os recursos naturais marinhos.Certamente, esse indicador não reflete a consciência ecológica de nossa sociedade, e sim a conseqüência do baixo crescimento industrial do Brasil. O nosso ecossistema marinho retrata bem esse quadro.A indiferença das empresas de transportes marítimos, que visam efetivar, em condições seguras, transbordo, armazenagem e transporte de mercadorias, vem provocando diferentes impactos ambientais súbitos no ecossistema marinho, principalmente em relação à biodiversidade.As frotas de navios, que mobilizam mais de 80% do comércio mundial, possuem uma cultura associada exclusivamente a benefícios econômicos de grande alcance, que, somada à infra-estrutura portuária necessária ao funcionamento da atividade, provoca alterações dos ecossistemas locais, com influência sobre animais, vegetais, paisagem e seres humanos.Nas operações de atraque e desatraque, os riscos de impactos negativos são constantes, especialmente no caso de carga e descarga, na eliminação de resíduos sólidos e de esgotos dos navios, na limpeza de tanques e nas operações de reparos.Até mesmo derrames de cargas tóxicas, óleos e graxas são fatos corriqueiros, que acontecem, não apenas em áreas portuárias, mas em alto mar, onde não existe qualquer tipo de controle ambiental.Será que vale a pena assistirmos passivamente esse filme?
Albert GradvohlProfessor de Gestão Econômica Ambiental da Unifor

Wednesday, March 22, 2006

SABEDORIA POPULAR

Alex Pimentel
Namir Melo, da Funceme, observa sinais da natureza que auxiliam o profeta Antônio Lima em suas previsões
Diário do Nordeste (16/1/2006)
Profetas divergem nas previsões das chuvas
Rompendo uma tradição de nove anos, pela primeira vez, o Encontro de Profetas Populares do Sertão Central foi realizado fora das dependências da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Quixadá. Em sua décima edição, realizada no último sábado, o evento, que tem por essência a exposição de diagnósticos climatológicos baseados na sabedoria popular, se realizou ao ar livre. Os organizadores propuseram que a reunião ocorresse ao lado do Açude Cedro, uma vez que neste ano será comemorado o centenário do reservatório imperial. O local escolhido foi o espaço do antigo Clube dos Agrônomos, ao lado da barragem do açude. Para este ano, a maioria dos profetas do tempo anunciou perspectivas pessimistas quanto à quadra chuvosa. No entanto, aqueles tidos como de maior credibilidade afirmaram que a quadra será de regular a boa.A solenidade teve início às 10 horas, numa manhã ensolarada, mas à sombra de frondosas árvores. O secretário de Desenvolvimento Turístico de Quixadá, Henrique Rabelo, anunciou a abertura do evento, que contou com apoio do jornal Diário do Nordeste. Uma dupla de repentistas saudou os participantes. Em seguida, o comerciante João Soares e o engenheiro Helder Cortez, idealizadores do Encontro, foram homenageados com comendas outorgadas pela Prefeitura do município. O título foi concebido à dupla por conta da marca do décimo ano consecutivo de realização do evento, que passou a integrar o calendário oficial local.Políticos, cientistas, estudiosos, pesquisadores, estudantes e dezenas de curiosos prestigiaram a solenidade. Também aguardaram ansiosos o início do pronunciamento das previsões dos profetas do povo. Antes do anúncio das profecias populares para a estação das chuvas do ano, o meteorologista Namir Melo, representante da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) fez uma breve explanação acerca das tecnologias utilizadas na previsão do tempo. O técnico ressaltou que os estudos científicos são os meios mais precisos para se prognosticar as reações climáticas. Em seguida, o geógrafo Caio Lóssio Botelho, que participa do Encontro desde suas primeiras realizações, declinou acerca de sua admiração aos profetas do tempo.Assumindo a cerimônia, o engenheiro químico Helder Cortez explicou preliminarmente aos espectadores a origem do Encontro de Profetas Populares. O técnico da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) destacou também a importância das previsões baseadas na sabedoria popular. Mas reconheceu que a tecnologia científica merece mais crédito. Em seguida apresentou um a um, os profetas inscritos no Encontro. A medida que anunciava cada participante, Helder pronunciava o diagnóstico apresentado pelo profeta popular no ano anterior. Com isso, o público demonstrava mais interesse pelos que haviam acertado os resultados do inverno passado. Foi o caso de Joaquim Muqueca, Luís Gonzaga Campos e do odontólogo Paulo Costa.Dentre o grupo de profetas populares que participa dos Encontros em Quixadá, no Sertão Central, alguns deles se destacam por suas análises e acertos. Confira nos depoimentos abaixo as principais avaliações baseadas na sabedoria popular dos chamados profetas das chuvas.

ADMIRAÇÃO

Caio Lóssio conversa com profetas e mostra seus estudos sobre a seca
Diário do Nordeste (16/1/2006)
Geógrafo destaca o processo intuitivo.
O geógrafo e professor Caio Lóssio Botelho, 73 anos, também convidado especial do X Encontro de Profetas Populares, confessou sua admiração pelo que considera um processo intuitivo a metodologia utilizada pelos profetas em seus diagnósticos do tempo. Por sua admiração a esses “magos da natureza” passou a ser criticado por colegas, os quais o acusam de ter trocado a ciência pela magia.O geógrafo não se considera um cientista e sim um estudioso. Ele citou que há mais de 40 anos estuda a seca e seus fenômenos — disse que bem antes da criação de muitas fundações e institutos de pesquisas meteorológicas. Também entende que o título de profeta, aos que se baseiam em sinais da natureza para preverem o surgimento das chuvas, é errôneo. “O mesmo ocorre com a denominação de ‘tropical’ a extensão territorial brasileira. Nosso país não é tropical, é equatorial. Basta observar a linha imaginária longitudinal que corta o Brasil. Mas o erro persiste”.Mais interessante que as observações geográficas do professor, são suas exposições acerca da admiração aos profetas populares. Para o estudioso, seu entusiasmo decorre do fato de utilizarem a intuição e não a razão para elaborarem seus diagnósticos. “Através da percepção, de flashs da natureza, é que essa gente encontra respostas para o embasamento de suas previsões. Por isso os admiro. O ‘homo-sapiens’ atingirá seu clímax quando razão e intuição se igualarem, atingirem um equilíbrio”, comentou entusiasmado. (A.P.)

Friday, August 19, 2005

Caio Lóssio reúne 32 mil volumes

Diário do Nordeste (26/7/2005)
André Lima
O professor Caio Lóssio quer que, após a sua morte, seus livros sejam preservados, de preferência no local onde estão.
Caio Lóssio reúne 32 mil volumes. Ao todo, são 32 mil volumes reunidos em dois compartimentos de sua casa, localizada no bairro da Jacarecanga. Boa parte do acervo diz respeito a livros de Geografia, Astronomia, Ecologia, Filosofia, Ciências Sociais e Jurídicas e alguns poucos romances.Para reunir todos esses livros, o professor Caio Lóssio Botelho, 73 anos, herdou a coleção privada do pai, o juiz Jacinto Botelho de Souza, recebeu doações espontâneas do professor José Waldo Ribeiro Ramos e de um estudante, Julian Hull, filho de Mister Hull. Mais do que isso, comprou vorazmente livros em toda parte do mundo onde esteve, desde as livrarias até os sebos.O destino para tantos livros que a família deverá herdar ainda está sendo discutido com a mulher e filhos de Caio Lóssio. Ele, particularmente, defende que nada deva ser vendido e que os livros possam ser fonte de referência permanente em sua casa para qualquer pessoa interessada nos assuntos centrados pela coleção.Um dos destinos que descarta é a doação para as universidades. Crê que em sua casa permanecerão bem resguardados, desde que a família mantenha o mesmo zelo que devotou ao receber os primeiros volumes de seu pai Jacinto, que, além de juiz, foi professor de Geografia da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte e do Liceu do Ceará, e fundador, na gestão do então prefeito Acrísio Moreira da Rocha, do Ginásio Municipal de Fortaleza, depois denominado Ginásio Municipal Filgueiras Lima.“Foi através do meu pai que comecei a me interessar pelo Direito e a Geografia. Somente depois descobri que não poderia prescindir da Filosofia, até mesmo para deter o conhecimento epistemológico na área científica. Qualquer cientista tem que ter o respaldo da Filosofia”, salienta.Caio Lóssio já tem 32 livros publicados e especializou-se nas pesquisas climáticas e ecológicas. Muitos de seus conhecimentos foram adquiridos em edições antigas e raridades para qualquer estudioso da área. Por esse motivo, é arredio a qualquer tentativa de vir a desfazer-se de seus livros, no que até agora tem obtido o apoio da família.
Os livros são mantidos em dois compartimentos da casa onde mora, no bairro Jacarecanga

Friday, July 22, 2005

O sertão se despeja no mar


CAIO LÓSSIO BOTELHO
Diário do Nordeste (19/7/2005)
Para o Ceará é motivo de contentamento, a 57ª Reunião da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC) na cidade de Fortaleza. A SBPC reúne a fina flor dos cientistas do Brasil, contribuindo imensamente para a atualização e reavaliação das Ciências em nosso País. Realmente, o problema crucial da ecologia e climatologia do semi-árido equatorial brasileiro, é a questão da má distribuição da chuva no tempo e no espaço, tanto isto é verdade, que a Alemanha (690 mm) e a França (670 mm), com índices pluviais anuais menores que o Ceará (750 mm) não existe o fenômeno da seca.O estudo da seca, dado a sua complexidade,deve ser analisado dentro de um processo de transdisciplinariedade (rompendo os padrões de causalidade linear, isto é, causa e efeito) portanto, terá que forçosamente ressaltar não só o processo interdisciplinar (comum a duas ou mais disciplinas ou ramos do conhecimento), como também numa visão multidisciplinar (que envolvam disciplinas afins).Inicialmente, queremos enfatizar que o Nordeste semi-árido brasileiro é equatorial típico (0ºa 11º5´ de latitude norte e sul), por isto aqui nós só aproveitamos 8% das chuvas caídas, 92% das precipitações pluviais são absorvidas pelo solo, vegetação etc.; como uma decorrência da nossa elevada evaporação, evapotranspiração e infiltração no manto solar. É erro crasso classificar o Nordeste semi-árido, como tropical. As outras regiões semi-áridas do Planeta (temperadas, subtropicais e tropicais) aproveitam em torno de 45% das chuvas caídas (Israel, Arizona, Texas, Colorado, Marrocos etc.).Ressalte-se ainda, que o Nordeste semi-árido equatorial brasileiro só tem uma fonte de água : chuvas; enquanto que, as outras regiões semi-áridas da Terra, possuem quatro fontes d´água: chuvas, granizos, neves e geadas. O fenômeno da seca, é a normalidade na zona equatorial semi-árida do Nordeste brasileiro, nesta zona, a vegetação é forte reguladora das chuvas, embora não economize. Ela retém 30% das precipitações caídas, evitando assim, o assoreamento de nossas bacias hidrográficas, lagos e represas. A vegetação predominante na região, é a caatinga, que, do ponto de vista florístico é a penúltima forma biofísica antes do aparecimento do deserto. Daí a importância de uma política de reflorestamento de nossos rios, lagos, açudes, com matas ciliares (galerias) nas nascentes, nas bacias e ao longo dos rios, lagos e açudes etc.No semi-árido equatorial nordestino, o sertão se despeja no mar, (pág. 70 - Seca visão dinâmica, integrada e correlações. O sertão se despeja no mar) pois no Ceará inexiste a Zona da Mata e o agreste, por isto mesmo, o Ceará é o Estado nordestino, mais atingido pelo fenômeno da seca.Parabenizamos os organizadores da 57ª Reunião da SBPC, em relação da escolha do tema ´O sertão olhando o mar´, tese por nós defendida há muito tempo, através da publicação do nosso livro. Seca visão dinâmica, integrada e correlações. O sertão se despeja no mar.
Engenheiro geógrafo

Tuesday, February 01, 2005

Efeitos da estiagem serão tema de série de debates no estado

O Norte On Line - Paraíba
Sexta, 14 de Janeiro de 2005 às 07h01

O Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, inicia ainda este mês um ciclo de discussão para a formatação de um plano de alternativas visando à manutenção do rebanho paraibano, da agricultura familiar e do bioma da caatinga. De acordo com o engenheiro civil da Secretaria da Agricultura do Estado, João Ferreira Filho, a primeira reunião preparatória será nesta sexta-feira, dia 14, às 8 horas, no auditório do Interpa, e contará com a participação de 33 entidades governamentais e não governamentais, convidadas para a montagem de um seminário que será realizado ainda este mês.Neste primeiro encontro, serão apresentados temas pelos técnicos da Secretaria da Agricultura, como: Defesa Civil – um dever de cidadania; O rebanho da Paraíba e sua vulnerabilidade em face de uma seca; A agricultura familiar e a sua vulnerabilidade em face de uma seca, entre outros. De acordo com João Ferreira, a comunidade científica aponta que já neste ano, o Nordeste passará por um período de estiagem.Para tanto, ações emergenciais já estão sendo planejadas pelo Governo do Estado no sentido de minimizar as conseqüências da seca, como também socorrer e assistir às populações atingidas. Segundo João Ferreira Filho, o Estado precisa estar preparado para que maiores prejuízos não aconteçam.“O secretário Francisco Quintans partiu de imediato para duas ações diametralmente opostas: uma no sentido de que a seca pode não vir com muita intensidade neste ano e iniciou previamente a distribuição de sementes de algodão no Alto Sertão paraibano, com a recomendação de que só começasse o plantio após o dia 15 de janeiro”, informou.Para o produtor de leite iniciou uma campanha de incentivo à qualidade com uma vigilância permanente inopinada, através de escolha por sorteio, da qual produtor ou beneficiador do Programa do Leite será inspecionado. O nome do selecionado será mantido em sigilo, livre de toda e qualquer ingerência.A outra estratégia adotada pelo secretário da Agricultura é no sentido de montar um seminário a nível nacional, trazendo a Paraíba, cientistas de renome internacional como José Carlos Oribe do Inpe, Caio Lóssio Botelho da UFCE, entre outros que a comissão organizadora aguarda confirmação. Estes profissionais serão chamados para emitirem as suas opiniões sobre a possibilidade de ocorrer ou não uma seca ainda este ano."Com base no diagnóstico do prognóstico de seca, inclusive a sua extensão, a Secretaria da Agricultura e comitê de avaliação apresentará ao Governo do Estado um plano de convivência com o período de estiagem, seja de curta ou longa duração”, ressaltou João Ferreira Filho.

Seca atinge 448 municípios do NE

Situação fez com que as cidades decretassem estado de emergência

(Agência Nordeste / Folha de Pernambuco 01/02/2005)

A seca já levou 448 municípios do Nordeste a decretarem situação de emergência. No Sertão e no Agreste nordestinos estão os municípios com mais problemas. Somente na Paraíba, 223 municípios decretaram situação de emergência. De outubro a dezembro choveu pouco em todo o Nordeste e a situação piora entre a Bahia e o Ceará. E as perspectivas para os próximos meses não são boas. No último sábado, no IX Encontro Estadual, em Quixadá (a 167 quilômetros de Fortaleza), pesquisadores demonstraram preocupação com a quadra invernosa, que vai de fevereiro a maio. Segundo o professor Caio Lóssio Botelho, até o dia 21 há uma tendência “muito drástica para a formação de uma seca, mas esse dado é absolutamente mutável”. O meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Namir Melo, informou que “o fenômeno El Niño, no Oceano Pacífico, e as condições no Oceano Atlântico não estão favoráveis a um bom inverno”. Hoje, entre 1.500 e 2 mil produtores rurais de Alagoas, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte promoveram, na sede do Tênis Clube Santanense, na cidade alagoana de Santana do Ipanema, mais um protesto contra a política de juros dos bancos oficiais. Atualmente, existem cerca de 550 mil produtores em toda a Região Nordeste que acumulam dívidas orçadas em R$ 600 milhões, principalmente com os Bancos do Brasil e do Nordeste. Em sua maior parte, foram dívidas contraídas entre 1995 a 2000, entre períodos de estiagem e de muita chuva, quando a lavoura foi extremamente castigada. Em Sergipe, os prefeitos dos municípios de Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Poço Redondo, Porta da Folha e Canindé do São Francisco se reuniram ontem e decidiram solicitar uma audiência ao governador João Alves Filho (PFL) para tratar da seca que atinge o Alto Sertão e pedir a disponibilização de caminhões-pipa para abastecer as comunidades mais atingidas pela seca. A reunião aconteceu às 10h e coube ao prefeito de Glória, José Israel Andrade, o “Zico”, contatar o Palácio de Despachos, para marcar o encontro com o governador, que ainda não tem data e local definidos.


Juiz determina suspensão do horário de verão no Ceará

O juiz da 7ª Vara Federal, em Fortaleza, Luiz Praxedes Vieira, concedeu ontem liminar suspendendo o horário de verão em todo o Estado do Ceará, a partir da zero hora de domingo.
Ele fundamentou sua decisão sob o argumento de que houve uma "desvio de finalidade", a partir de um parecer o professor Caio Lóssio Botelho, da Universidade Estadual do Ceará ao mesmo tempo que estabeleceu uma multa de R$ 5.000,00 para caso de a determinação não ser cumprida.
A suspensão do horário de verão no Ceará foi pedida em ação pública, ajuizada pelo Ministério Público, através do procurador Alessander Wilkson Cabral Sales. O parecer do professor Botelho, anexado ao processo, informa que "a implementação da hora de verão está ligada a condicionamentos de latitude e não de longitude astronômica". O horário de verão, segundo a tese do especialista, "para cumprir seu objetivo de economizar energia, só pode ser aplicado em regiões glaciais, temperadas e tropicais, nunca na zona equatorial, que tem dias iguais às noites".
Mas, mesmo antes da decisão do juiz da 7ª Vara, o prefeito de Santana do Acaraú, João Ananias Vasconcelos Neto, tinha decretado, desde o último dia 5 --o horário de verão entrou em vigor no último dia 2--, o fim do horário de verão nas repartições públicas do município.
Segundo o prefeito, a decisão tomada pelo Conselho Municipal, formado por representantes de vários segmentos da cidade, que opinaram sobre a permanência ou não do horário de verão. Ele explicou que "tal medida está restrita às repartições municipais"e "ao horário do homem do campo, que se orienta para acordar, comer e dormir, pelo sol".
Vale do Paraíba, sexta-feira, 29 de outubro de 1999Copyright © O ValeParaibano 1999

Horário de verão é derrubado no Ceará

O juiz da 7ª Vara Federal, em Fortaleza, Luiz Praxedes Vieira, concedeu ontem liminar suspendendo o horário de verão em todo o Estado do Ceará, a partir da zero hora de domingo. Ele fundamentou sua decisão sob o argumento de que houve uma "desvio de finalidade", a partir de um parecer o professor Caio Lóssio Botelho, da Universidade Estadual do Ceará, ao mesmo tempo que estabeleceu uma multa de R$ 5.000,00 para caso de a determinação não ser cumprida.

Segundo especialista, o horário de verão não se justifica nas regiões equatoriais
A suspensão do horário de verão no Ceará foi pedida em ação pública, ajuizada pelo Ministério Público, através do procurador Alessander Wilkson Cabral Sales. O parecer do professor Botelho, anexado ao processo, informa que "a implementação da hora de verão está ligada a condicionamentos de latitude e não de longitude astronômica".)
O horário de verão, segundo a tese do especialista, "para cumprir seu objetivo de economizar energia, só pode ser aplicado em regiões glaciais, temperadas e tropicais, nunca na zona equatorial, que tem dias iguais às noites". Mas, mesmo antes da decisão do juiz da 7ª Vara, o prefeito de Santana do Acaraú, João Ananias Vasconcelos Neto, tinha decretado, desde o último dia 5 - o horário de verão entrou em vigor no último dia 2 -, o fim do horário de verão nas repartições públicas do município. Segundo o prefeito, a decisão tomada pelo Conselho Municipal, formado por representantes de vários segmentos da cidade, que opinaram sobre a permanência ou não do horário de verão. Ele explicou que "tal medida está restrita às repartições municipais"e "ao horário do homem do campo, que se orienta para acordar, comer e dormir, pelo sol".
Ontem, o dia foi de muitas discussões em Fortaleza, principalmente nas repartições públicas federais, bancos e companhias aéreas. Todas as companhias de avião, depois de comunicarem a decisão do juiz da 7a Vara, estavam aguardando uma decisão dos seus controles em São Paulo. "Se a decisão for mantida, adequadaremos nossos vôos ao horário local", explicou um dos gerentes da Varig, no aeroporto. A Transbrasil, que tem 9 diários saindo de Fortaleza e um para a Europa, providenciou até um esquema especial para avisar seus passageiros da mudança de horário. A Vasp vai aguardar instruções de São Paulo.
No final da tarde de ontem, o procurador da União, em Fortaleza, Pedro Paulo Pinto Moreira, encaminhou pedido de suspensão da liminar concedida pelo juiz da 7ª Vara Federal, em Fortaleza, para o Tribunal Regional Federal, da 5ª Região, em Recife, com pedido, inclusive, de urgência. Pinto Moreira fundamentou seu pedido de suspensão da liminar em 15 laudas, quando enfatizou que o juiz foi induzido pelo Ministério Publico, cuja peça demonstrava "mais uma investida política".
O Ministério Público também não fez pesquisa e nem provou que a população estava a favor ou contra a instituição do horário de verão no Estado. O presidente em exercício do TRF da 5ª Região, dr. José Apolinário Dias deverá apreciar na sexta-feira o pedido de suspensão da liminar.

Pela nucleação artificial

Caio Lóssio Botelho, Engenheiro Geógrafo
[O Povo/No Olhar- 29Janeiro]

Há cerca de duas décadas montamos um modelo de análise da nossa quadra estacional. Em quatro momentos avaliamos a tendência do nosso clima a saber: 1) 21/12 - passagem do 2º solstício; 2) 21/1 - mudança do ponto de eqüipolência; 3) 21/2 - mudança do ponto de peixes; 4) 21/3 - passagem do 2º equinócio. Na primeira avaliação (21/12), a tendência foi para uma quadra chuvosa mediana. Na segunda avaliação (21/1), a tendência continuou. Este ano será decisivo para o Semi-Árido brasileiro a extensão da estação fria (inverno), nos continentes norte-americano e europeu, com geadas, neve, granizos e baixas temperaturas oscilando entre -20º a -50º (negativo). A persistir o rigorosíssimo inverno no hemisfério norte, irá sem dúvida alguma inibir as precipitações pluviais, não só no Nordeste semi-árido equatorial, sobretudo no Ceará. Isto se explica pela grande absorção dos elétrons negativos ou núcleos nus, que são fundamentais na condensação da atmosfera em nosso Semi-Árido. A carência destes íons negativos aqui, ocorre devido ao grande consumo destas partículas elétricas por parte das geadas, nevadas, granizos do hemisfério norte. Só após o degelo nos continentes norte-americano e europeu (aumento das temperaturas), é que a nossa quadra chuvosa se fixará definitivamente, com forte tendência para uma quadra estacional mediana, até mesmo um aumento significativo das precipitações pluviais. Se houver uma inibição das chuvas no Nordeste, a melhor solução será a nucleação artificial com cloreto de sódio, tendo em vista o fato de que as nuvens da zona equatorial são quentes (método utilizado pelo grande cientista Dr. João Ramos), visto que os reagentes. como iodeto de prata e o gelo seco, só devem ser aplicados em nuvens frias, como as que estão presentes nos continentes norte-americano e europeu. Ressalte-se que em cada ano, o panorama estacional tem um comportamento próprio, daí porque uma das soluções, no atual momento, seria a nucleação artificial. Caio Lóssio Botelho é engenheiro geógrafo e doutor na Área do Substrato Físico Integrado

Tragédia na Ásia

CAIO LÓSSIO BOTELHO
(Diário do Nordeste - 4/1/2005)
A Ciência Geológica não tem ainda uma previsão segura e exata como a Astronomia. Nesta última os seus cientistas prevêem a hora, o minuto e o segundo da ocorrência dos fenômenos cósmicos, como o eclipse solar e lunar.Como é formada a estrutura terrestre? A estrutura da crosta terrestre é de uma complexidade e uma dinâmica imprevisível. Sabe-se que no início da formação da Terra existia apenas um grande e só continente (Pangéia) rodeado por um só oceano Pantalassa). Aproximadamente 200 milhões de anos atrás (Período Jurássico), o Pangéia fragmentou-se inicialmente em dois supercontinentes, o Laurassano (Hemisfério Norte) e o Gondwana (Hemisfério Sul).Que é Placa Tectônica? É a base onde estão assentados os continentes e oceanos. Atualmente, a Terra possui 19 placas tectônicas. As áreas, regiões ou países que estão situados no centro destas placas, longe portanto das zonas de contatos ou atritos (periferia das placas), são estáveis, não ocorrendo terremotos, vulcanismos, maremotos etc; mas apenas acomodação da crosta, como ocorre no Brasil, isto é, Movimentos Epirogenéticos.Já as áreas situadas à borda ou periferia das placas estão sujeitas aos terremotos, maremotos e vulcanismos intensos, como acontece no Planeta Terra, no chamado “Cinturão do Fogo”, são áreas instáveis, portanto, de grandes riscos. Os fenômenos ocorridos (terremoto e maremoto) no sul da Ásia, (Índia, Birmânia, Tailândia, Indonésia etc.) e mesmo na África Oriental (Somália), no final de 2004, são considerados (até o momento) os maiores ocorridos na Terra, visto que as mortes já atingiram cerca de 125 mil pessoas.Esta ocorrência calamitosa não pode e nem deve ser desprezada pelo homem, visto que, dentro de uma faixa história é comum tal fenômeno da natureza (1883 - Cracatoa - que se caracterizou por uma violência inaudita e 2004, portanto 121 anos depois, ocorre o maior maremoto da história geológica).A erupção do vulcão Cracatoa na ilha do mesmo nome, próximo ao estreito de Sumatra (Indonésia) constitui-se na maior explosão vulcânica da história, onde a referida ilha transformou-se em vários fragmentos, construindo uma fossa marinha de 300 metros no seu lugar. As vagas (ondas) de 35 metros de altura causaram a morte de mais de 36 mil pessoas e arremessou navios a vários quilômetros para o interior da ilha de Java.Estes dois fenômenos geológicos, embora de origem comum (Movimento Orogenético), porém se manifestaram de maneiras diferentes - 2004 -ligou-se diretamente ao choque de placas tectônicas dando origem ao maior maremoto da história, cujo epicentro foi no mar (Oceano Índico) -1883 - foi também movimento orogenético, porém manifestado sobre a forma de explosão vulcânica (epicentro na ilha de Cracatoa que pertencia à Indonésia).Seria de bom alvitre que o homem, construísse estes “paraísos ecológicos” fora das falhas tectônicas, do “cinturão do fogo”, evitando assim, a periferia destas placas, localizando-os no centro das grandes placas tectônicas, as quais não estão sujeitas a estes fenômenos violentos e catastróficos, até que a Geologia desenvolva tecnologias que dêem maior segurança à sociedade humana.Finalmente, lembramos que o paraíso litorâneo do Nordeste brasileiro é uma região de alta estabilidade, propícia portanto, a investimentos estrangeiros e nacionais, para o lazer ecológico pela sociedade nacional e estrangeira.
Engenheiro Geógrafo

TRANSPOSIÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS PARA A REGIÃO SEMI-ÁRIDA EQUATORIAL DO NORDESTE BRASILEIRO

(Zona do Sertão)

O Brasil é um pais privilegiado no que tange à interligação de bacias hidrográficas.
Ligações das Principais Bacias Hidrográficas no Brasil :
Canal natural de Cassiquiere interliga as bacias do Amazonas com Orinoco.
As lagoas Comprida e Capitão Agostinho interligam a Bacia do Paraguai com o Amazonas.
As lagoas de Varedão e Jalapão interligam as bacias do Tocantins - São Francisco - Parnaíba.
A interligação do sistema hidrográfico do Nordeste brasileiro poderá ser feito através de três alternativas:
1ª - Interligação do rio Tocantins com o rio São Francisco via LAGOA DE VAREDÃO, nos limites dos Estados da Bahia e Tocantins, em área de terreno altamente poroso formado de calcário, onde dutos subterrâneos interligam à referida lagoa recebendo águas da bacia do Tocantins (rios Sono e Novo), lançando-as nos rios Sapão, Preto e Grande, da bacia do São Francisco .
O Engº GILVANDRO SIMAS PEREIRA destaca o seguinte:
No divisor d'água São Francisco - Tocantins há várias nascentes do seu subsolo, o que evidencia claramente a continuidade do grande lençol d'água subterrânea;
A infiltração das águas dão origem à formação e também a interligação de imensos rios na região, como os rios Sono, Preto, Grande etc.
Aqui é comum a presença de grandes alagadiços, sempre em baixadas, é aí, nestes grandes pântanos ou brejos, que a água começa a correr até formar grandes "canyons" onde estão localizadas as principais lagoas desta região;
É interessante destacar que nas depressões onde se assentam alguns lagos, como Varedão, a força com que a água é expelida é tão grande, que ninguém conseguiu até hoje alcançar o fundo da lagoa, pois a pressão da água que flui é tão forte, que empurra qualquer corpo para cima;
Na região há inúmeras ligações subterrâneas. Um braço dos rios Sapão, Preto, Grande (São Francisco) se interliga subterraneamente com a bacia dos rios Sono, Novo (Tocantins).
Na região do divisor d'água Tocantins – São Francisco, 652 m de altitude na sua porção oriental, há uma tendência geral dos subafluentes do primeiro (Tocantins), a serem capturados pelos afluentes do segundo (São Francisco). Aí a erosão regressiva ou lateral constatada no sistema Tocantins tende a levar a captura de águas dos subafluentes desta bacia semi - amazônica, invertendo portanto seu curso (para a bacia do São Francisco) que tinha outro destino. Existe aí uma desordem aparente dos fenômenos hidrográficos que lembra os elementos contraditórios da Psicologia individual; no entanto, a região encontra-se sujeita a leis hidrográficas e isostáticas já conhecidas pela ciência em seus dispositivos gerais.
Retornamos àquela região, em setembro de 1998, e tivemos a oportunidade de constatar a vazão do rio Tocantins, via subafluente Sono e afluente Novo, através da lagoa de Varedão, os quais deságuam para o São Francisco, com um débito de aproximadamente 89 a 110 m3/s. Como vemos, a bacia do São Francisco se interliga com o Tocantins, por intermédio da lagoa de Varedão via subafluente Sapão, afluente do rio Preto e tributário do rio Grande. O Atlas do Barão Homem de Mello (1885) é o único mapa que conseguimos com a localização da lagoa de Varedão.
2ª - Interligação do rio Tocantins com o rio Parnaíba através da LAGOA DE JALAPÃO, no divisor d'água do Tocantins com os afluentes maranhenses do rio Parnaíba . Afirma ODILON DE LIMA JR, que se fosse construída uma adutora partindo de Carolina, no Estado do Maranhão, levasse as suas águas até o Riachão, que distando dali cerca de 50 km a oeste, e em seguida estas águas fossem transferidas para os afluentes maranhenses do rio Parnaíba. A torrente atingiria a barragem de Boa Esperança, no Piauí. Há 350 km abaixo, seria construída outra adutora de 300 km, até a Chapada do Araripe, onde seria também construídos grandes reservatórios, que por gravidade, suas águas seriam distribuídas diretamente para os Estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, e através de desvios, para o Rio Grande do Norte, evitando assim, qualquer confrontação com os Estados da Bahia, Sergipe e Alagoas.
3ª - Esta alternativa de autoria do Engº THEÓPHILO BENEDICTO OTTONI NETTO consiste segundo o Engº PEDRO NEY S. PEREIRA, no desvio para o rio São Francisco de uma fração constante da DESCARGA
REGULARIZADORA DO RIO GRANDE, (afluente do rio Paraná) na altura da represa de Furnas, através da barragem auxiliar de Pium - I , no Estado de Minas Gerais. Esta barragem auxiliar materializa um divisor d'água artificial entre as bacias do Rio Grande e do São Francisco, situados cerca de 30 metros acima do divisor d'água natural, atualmente existente. Com esta barragem auxiliar, o rio Pium -I , originalmente um afluente do rio Grande, teria seu fluxo natural alterado, elevando o nível de suas águas ao ponto de poder descarregá-las para a bacia do São Francisco. Portanto o rio Pium - I torna-se-ia assim, artificialmente, um afluente do São Francisco. Esta mudança na morfologia natural teria inclusive conseqüências de ordem legal e administrativa, visto que os Municípios de Capitólio e Pium antes banhados pelo rio Pium mas não pelo São Francisco.
O objetivo técnico da barragem auxiliar de Pium - I foi o de ampliar artificialmente o volume da bacia hidráulica da Represa de Furnas, visando a transposição para o São Francisco. Esta alternativa nos livra das restrições dos Estados da Bahia, Sergipe e Alagoas.
Finalmente, convém destacar que, a transposição de bacias hidrográficas extra - nordestinas para o semi-árido equatorial brasileiro, se faz necessário pelas seguintes razões:

O Nordeste semi-árido (sertão) e o Ceará só aproveitam 8% (oito) das chuvas caídas, para alimentar nossos rios, lagos, açudes, sistema de drenagem etc., em face a elevada insolação, evaporação e evapotranspiração, que levam 92% das águas caídas, enquanto que o semi-árido dos Estados Unidos, e Israel perdem apenas 45%. O fenômeno da seca é a normalidade do nosso clima. Enquanto as regiões semi-áridas das zonas temperadas têm quatro instrumentos de água (geada, nevada, granizo e chuva), o Nordeste semi-árido equatorial tem apenas um instrumento de água : a chuva .
Um levantamento da variação pluvial no Estado do Ceará, a partir de 1926, a sua curva estatística denota, até 1999, (73 anos) claramente, uma diminuição dos índices pluviais no espaço cearense
No Ceará, a zona do sertão se despeja diretamente no mar. Aqui inexistem as zonas da mata (a mais rica do Nordeste) e o agreste. Por isto, a melhor técnica de irrigação é a de gotejamento, porque evita a salinização do nosso solo .
É aqui onde a zona equatorial do Planeta, o clima mais se anomalizou, pois estamos numa latitude idêntica à do Amazonas, Congo, Indonésia, área super-úmida, e, no entanto, o Ceará, apesar de sua equatorialidade, apresenta um rígido clima semi-árido. Ressalte-se que o sertão (derivado de "desertão") não é tropical.
A nossa vegetação predominante é a caatinga que, do ponto-de-vista florístico, é a penúltima forma biofísica, antes do aparecimento do deserto. Por isto, o Ceará é o melhor laboratório para a investigação sobre o semi-árido e o processo de desertificação; ela retém 30% das chuvas, impedindo ainda o assoreamento de 20% dos rios e açudes. A vegetação, embora que não economize as águas, no entanto, regulariza o ciclo da chuva. Daí a importância do reflorestamento nesta área, com vegetação do tipo galeria ao longo dos rios, lagos e açudes .
A agricultura sempre foi aqui mais uma solução sociológica do que econômica (até os dias atuais), tendo em vista o alto grau de absorção de mão-de-obra na agropecuária .
Nunca tivemos um ciclo econômico expressivo, como o do açúcar da Zona da Mata (Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia) e Pólo Econômico, que pudesse concorrer com o Pólo Petroquímico da Bahia, o mais rentável do Nordeste.
Na atualidade, o Pólo Econômico de Salvador e, consequentemente, toda a Bahia, tendem a aumentar a sua polaridade econômica, mercê das maiores facilidades de transportes e maiores ligações funcionais ( turismo, mercado de capitais, grupos empresariais e alta industrialização), não só no mercado nordestino, brasileiro e internacional. Hoje, Salvador é um grande centro de decisão nacional e regional; por isto devemos nos conscientizar de que os problemas nordestinos devem ser analisados dentro dos desníveis interregionais.
Pelas nossas peculiaridades - ecológicas, climáticas, pedológicas, fitogeográficas - não podemos nos valer de "know-how" de áreas de clima semi-árido situadas em zonas temperadas e subtropicais, como os Estados Unidos, Israel, Marrocos. Temos sim de criar um "know-how" próprio, fruto das nossas experiências, derrotas, vitórias, isto é, nossa conjuntura e estrutura peculiares.

Caio Lóssio Botelho
Doutor em Planejamento Regional – Organização dos Estados Americanos;
Pós - Doutor – Livre Docente – Universidade Federal do Ceará;
Professor Titular – Universidade Estadual do Ceará.