CAIO LÓSSIO BOTELHO (Engenheiro Geógrafo)

Blog destinado a publicações feitas pelo Professor Caio Lossio Botelho e artigos de sua referência.

Saturday, May 06, 2006

Oceano é o verdadeiro pulmão da Terra

ARTIGO (19/4/2006) - Diário do Nordeste
O renomado professor Caio Lóssio Botelho, em seu livro “Seca: Visão Dinâmica, Integrada e Correlações”, é categórico ao afirmar que os oceanos intertropicais são os verdadeiros “pulmões” climáticos da Terra, contrariando a idéia de que a principal fonte de oxigênio é a vegetação terrestre.A nossa grande Floresta Amazônica, assim como as demais florestas nativas do mundo, são responsáveis por 10% da fonte de oxigênio do planeta, enquanto os oceanos somam 90% desse total.Apesar do elevado passivo ambiental brasileiro e da falta de compromisso político com o meio ambiente, pertencemos ao conjunto de nações que menos destrói a camada de ozônio e os recursos naturais marinhos.Certamente, esse indicador não reflete a consciência ecológica de nossa sociedade, e sim a conseqüência do baixo crescimento industrial do Brasil. O nosso ecossistema marinho retrata bem esse quadro.A indiferença das empresas de transportes marítimos, que visam efetivar, em condições seguras, transbordo, armazenagem e transporte de mercadorias, vem provocando diferentes impactos ambientais súbitos no ecossistema marinho, principalmente em relação à biodiversidade.As frotas de navios, que mobilizam mais de 80% do comércio mundial, possuem uma cultura associada exclusivamente a benefícios econômicos de grande alcance, que, somada à infra-estrutura portuária necessária ao funcionamento da atividade, provoca alterações dos ecossistemas locais, com influência sobre animais, vegetais, paisagem e seres humanos.Nas operações de atraque e desatraque, os riscos de impactos negativos são constantes, especialmente no caso de carga e descarga, na eliminação de resíduos sólidos e de esgotos dos navios, na limpeza de tanques e nas operações de reparos.Até mesmo derrames de cargas tóxicas, óleos e graxas são fatos corriqueiros, que acontecem, não apenas em áreas portuárias, mas em alto mar, onde não existe qualquer tipo de controle ambiental.Será que vale a pena assistirmos passivamente esse filme?
Albert GradvohlProfessor de Gestão Econômica Ambiental da Unifor